Suárez, Neymar y Messi, del Barcelona FC. |
Por RUY CASTRO, de la Folha
de Sao Paulo
Com divertido espanto, leio,
vejo e ouço por toda parte que Neymar, Messi e Suárez, do Barcelona,
tornaram-se o maior ataque da história do futebol mundial. Muita gente pensa
assim. Sei bem que é maravilhoso ser contemporâneo de gênios, e imagine ter
vivido na mesma época que Freud, Einstein e Groucho Marx –mas até estes, em
vida, tiveram quem os contestasse. Já Neymar, Messi e Suárez, a cada 7x0 que
aplicam num pereba do Campeonato Espanhol, dão mais um passo rumo à
canonização.
Pelè, Pepe y Coutinho, del Santos FC. |
Talvez por desmemória,
desinformação ou ambas, ninguém cita alguns ataques louvados pelos cronistas do
passado e que talvez se comparassem a Neymar, Messi e Suárez. O trio do
Barcelona será maior, por exemplo, que o do Santos de tantos títulos internacionais
–Coutinho, Pelé e Pepe? Ou que o do "Expresso da Vitória", o Vasco,
que dominou o futebol brasileiro em fins dos anos 40 –Ademir, Jair e Chico? Ou
o da seleção húngara de 1954 –Kocsis, Hidegkuti e Puskàs? Ou o do próprio Real
Madrid de 1960 –Di Stéfano, Puskàs e Gento?
Kopa, Di Stéfano y Puskàs, del Real Madrid. |
E o que dizer dos ataques
com meias ofensivos e que, por isso, eram escalados com cinco? Pode ter havido
igual ao do Brasil de 1945? Tesourinha, Zizinho, Heleno, Jair e Ademir –em que
Ademir, para poder jogar, precisou ir para a ponta porque o centroavante só
podia ser Heleno. E o do Brasil de 1958? Garrincha, Didi, Vavá, Pelé e Zagallo
–sorry, periferia. E o do Brasil de 1970? Jairzinho, Gerson, Tostão, Pelé e
Rivelino –com um "reserva" chamado Paulo Cesar, pronto a entrar em qualquer
posição.
Você dirá: Eles eram bons
naquele tempo, hoje não jogariam tanto. Na minha opinião, jogariam mais. No
tempo deles, não havia cartão amarelo ou vermelho. Nenhum time que os
enfrentasse hoje terminaria o jogo com 11.
Ah, sim, Neymar, Messi e
Suarez. Também são bons.
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