Me
anime a “robar” este texto de mi amiga y compañera de facultad, la periodista brasileña Fernanda Pompeu,
que escribe la columna “Mente Abierta” en el espacio “Inspírese”
de Yahoo. La creatividad propia, sin imitaciones, del futbolista y del escritor,
es asunto que Fernanda considera, hoy, fundamental, para ejercer las dos
actividades. “Respetar lo que somos es el buen camino para el golazo en las
redes y en las imaginaciones”, dice.
Futebol de letra
Fernanda Pompeu
Gosto de futebol bem jogado. Futebol simples que
resulta em bola na rede. Para a bola atingir a meta é preciso apresentar
técnica, arte, cabeça fria e coração quente. Igual quando leio ou escrevo um
texto. Ele também corre em direção ao gol - esse átimo de explosão funda e
ruidosa. Não é fácil concluir. Exige muitos anteriores: o treino, o passe, o
drible, o insight.
Nunca se sabe exatamente como a partida terminará.
Ganhar, perder, empatar. Salvo nos jogos mais importantes, no qual o empate
está fora de questão. Bem melhor quando inexiste a possibilidade dotudo igual, do elas
por elas. Se o empate acontece na página, a sensação é fraca, sem
sal. O recado pode ter sido dado, mas não deixou nenhuma marca.
Jogo memorável é aquele que planta a imagem de um
lance na nossa cachola. Um romance de 400 páginas será memorável, se o leitor
guardar uma frase, um diálogo, uma descrição. Ou até mesmo - seja no jogo, seja
na página - se apropriar de uma impressão. Essência da partida ou do livro
gravada na nossa memorioteca
O excitante que lembro da Copa de 1970 não são
exatamente os gols, mas o Edifício Moema, em Niterói, tremendo. Depois da
final, a multidão em êxtase na praia de Icaraí. Parecida memória tenho da
leitura do Madame Bovary, de Gustave Flaubert. Não recordo da
trama nem dos diálogos. Ficou foi a Ema Bovary se entregando aos sonhos de
viver outras vidas, por meio da leitura de romances.
Também recordo de um Brasil x Argentina, sei lá de que
ano, em que pensei: Isso é um jogaço, isso é um balé no
gramado. Igual é minha recordação da poesia de Carlos Drummond de
Andrade, mesmo quando não lembro de seus grandes poemas, tenho na pele a
gaiatice dos versos: Se eu me chamasse Raimundo, seria uma
rima, não seria uma solução.
Futebol é bola na rede, texto é flechada no coração.
Para os dois é preciso domínio técnico, treino, compromisso e alma. Mas não só
isso. É necessário também esquecer para ousar lances e textos novos. Fiz a
minha parte quando me desfiz da sombra dos mestres. Foi o momento em que decidi
escrever do meu jeito, com meus defeitos!
No gramado deve rolar algo semelhante. Não se trata
de tentar ser um segundo Garrincha, Pelé, Maradona e outros monstros. O jogador
tem que conduzir nos pés sua própria história. O escritor, o leitor idem.
Respeitar o que somos é o bom caminho para o golaço nas redes e nas
imaginações.
Imagem:
Régine Ferrandis
Lean más de Fernanda Pompeu en: https://br.noticias.yahoo.com/blogs/mente-aberta/futebol-de-letra-121423494.html#more-id
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